Pular para o conteúdo principal

O valor dos sistemas subterrâneos de trens

Paulo Tarso Resende, Brasileconomico

Sistemas de transportes não combinam com uma paisagem urbana que se pretende harmoniosa, equilibrada na ocupação, com boa oferta de áreas de lazer e dedicada à provisão de uma melhor qualidade de vida. Geralmente, linhas de metrô de superfície tornam-se elementos estranhos e, invariavelmente, substituem opções de aproveitamento.

Nesse contexto, apesar de antigo, o conceito do uso do subsolo para o transporte de passageiros continua válido, principalmente no instante em que as grandes cidades vivem os desafios do uso sustentável de seu espaço.

Tecnicamente, as linhas subterrâneas são mais seguras, inclusive com custos de proteção aos sistemas menores do que em certas malhas de superfícies, dado o fato de que o subsolo é um ambiente em que as variáveis operacionais são menores e mais controláveis.

Além disso, os metrôs subterrâneos não interferem no multiuso do terreno, a não ser em pequenos pontos de acesso às suas estações. Aliás, tais pontos podem ser localizados em qualquer lugar, desde prédios comerciais, shopping centers, grandes conjuntos residenciais, até praças e parques.

A implantação de metrôs subterrâneos é, na média, mais cara se comparada com a de superfície, sobretudo quando essa última não possui maiores riscos de dispêndios com desapropriações.

Daí o fato de que muitos metrôs do Brasil terem tido suas linhas coincidentes com trilhos já existentes da malha da antiga Rede Ferroviária Federal. No entanto, aproveitar uma rede existente não significa sucesso garantido, pois nem sempre os pontos de maior demanda estão nesses traçados.

Cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife sofrem as consequências desse tipo de decisão. No caso de São Paulo, a construção de linhas subterrâneas em substituição a corredores existentes apresentará menos riscos de retorno do investimento, pois, mesmo que mais caras na construção, terão retorno pelo altíssimo nível de demanda reprimida por transporte coletivo na cidade.

É importante também observar que o modelo de exploração do subsolo para o transporte de passageiros é secular, com curvas de aprendizado já formadas e com tecnologia de ponta, o que resulta em excelentes performances operacionais.

Por exemplo, os índices de acidentes com metrôs subterrâneos são significativamente menores do que os de qualquer outro tipo de transporte coletivo.

Algumas cidades da Europa chegam a apresentar duas ocorrências por década.
O projeto de instalação de mais linhas de trens de subsolo em São Paulo acompanha, mesmo que tardiamente, a prática já consolidada no mundo desenvolvido.

No momento em que a sustentabilidade toma proporções gigantescas na mobilidade urbana, o exemplo paulista é louvável. O que se espera é que tudo aconteça de forma transparente, com custos equilibrados e com respeito ao meio ambiente.

Paulo Tarso Resende é professor e coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Fundação Dom Cabral

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um pouco mais de Cláudio Bier. A pedidos

Cláudio Bier em seu escritório na Masal  Cláudio Bier é um dos maiores empregadores privados de Santo Antônio da Patrulha. Juntando as duas unidades da Masal - a patrulhense e a fábrica em Farroupilha -, a empresa dá emprego para mais de 270 pessoas. A metalúrgica Jacuí, que ficou responsável pela fabricação da linha agrícola (carretas graneleiras e implementos para plantio), emprega 40 pessoas em Cachoeira do Sul. A filha Maremília está sendo preparada por Bier para assumir o comando das indústrias. É formada em administração de empresas, aperfeiçoou o inglês em uma temporada de mais de um ano fora do país e foi a responsável pela reestruturação da Jacuí assim que o pai assumiu a empresa. Mesmo na crise que tomou conta da economia brasileira no segundo mandato da presidente cassada Dilma Rousseff, a Masal conseguiu manter-se firme no mercado. Com muitas decisões baseadas nos dois pés no chão, Cláudio Bier conquistou uma estabilidade extraordinária. Em 2016, a empresa teve um

Bela em Rivazto - Bruna Muniz Barcelos

Bruna Muniz Barcelos, 23 anos, nascida no dia 18 de Abril de 1993 é residente de Santo Antônio da Patrulha. Bruna é filha de José Levi Gomes de Barcelos e Maria Nelci Muniz Barcelos. Atualmente está no quarto semestre de Psicologia na instituição UNICNEC e trabalha no Sindicato Rural de Santo Antônio da Patrulha. Sobre os seus planos futuros, a jovem diz que vive o presente,  além de se formar e atuar na área.  Bruna afirma que carrega consigo uma determinação inexplicável,  que tudo que coloca em mente geralmente põe em prática e acredita que isso seja um ponto positivo. Ela acredita que toda essa "garra" venha da personalidade, um tanto quanto forte, brinca que o signo de Áries a define sempre.  O ensaio foi realizado dia 11 de Fevereiro deste ano pelo fotógrafo Édipo Mattos. Contou ainda com a produção de Rafael Martiny e maquiagem de Aline Costa. 

Lojas Havan em Santo Antônio?

Fachadas das lojas têm a tradicional réplica da Estátua da Liberdade (foto: site Havan)  A tradicional rede catarinense de lojas de departamentos Havan pode ter visto no seu radar de expansão o município de Santo Antônio da Patrulha. No dia 6 de janeiro, o vice-prefeito José Francisco Ferreira da Luz, o Zezo, fez um contato com o diretor de Expansão da empresa, Nilton Hang, oferecendo a possibilidade de um terreno às margens da BR-290 Free-Way para uma eventual instalação de uma loja. O contato foi informal e ainda não houve nenhuma documentação de interesse por parte da prefeitura de Santo Antônio da Patrulha. Mesmo que tenha sido o primeiro contato, fica a torcida para que Santo Antônio possa ser a sede da primeira loja da empresa, que já tem pontos em 14 estados brasileiros. Para quem costuma ir a Santa Catarina, o visual das lojas impressiona. Todas elas têm réplicas enormes da Estátua da Liberdade junto ao estacionamento. As Lojas Havan vendem de louças a brinquedos, roupas