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Empresários veem potencial em mercado norte-coreano

Brasileconomico

A busca por novos mercados consumidores tem encurtado as distâncias entre o Brasil e a Coreia do Norte. Empresários do setor de alimentos identificam potencial na economia do país oriental.

Com aproximadamente 24 milhões de habitantes, segundo informações do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Coreia do Norte tem despontado como uma das possibilidades de mercado consumidor para os produtos nacionais.

Apesar das poucas e, muitas vezes, desencontradas informações que são divulgadas sobre o país, empresas do setor de alimentos têm investido cada vez mais em conhecer melhor esse cliente em potencial.

"É um país populoso, mas ainda não temos noção do tamanho desse mercado para o nosso produto", afirma Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústria Exportadoras de Carne (Abiec).

Embora entenda que é uma economia que precisa "ser estudada", Camardelli vê muitas vantagens na exportação para o país, uma vez que a carne industrializada seria o produto de maior saída. "É um produto de maior valor agregado", afirma o executivo.

Mais que isso, ganha-se na escala. O regime político fechado não permite a venda direta para empresas privadas, o que multiplica os volumes solicitados aos fornecedores. "Toda venda para governos são de grandes volumes. Esse é o principal atrativo da Coreia do Norte", afirma.

No mesmo sentido, a indústria de aves também tem trabalhado pela conquista do consumidor norte-coreano. "Este ano não só fomos para lá como recebemos delegações de norte-coreanos aqui no Brasil", sinaliza Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).

Turra entende que o maior problema da Coreia do Norte hoje é o acesso a crédito. "Eles são muito dependentes da China para financiar suas compras. Somente no ano passado que os chineses foram começar a liberar um pouco mais de crédito para eles", afirma.

Hoje, boa parte das aves consumidas no país já é brasileira, mas são produtos vendidos a outros governos, como Hong Kong e China, que acabam redirecionados à Coreia do Norte devido aos seus laços políticos.

Segundo Turra, Hong Kong é o segundo maior consumidor de aves brasileiras, importando cerca de 40 mil toneladas por mês, perdendo apenas para Arábia Saudita que importa 50 mil toneladas por mês.

Para o mercado de aves, Turra estima que há potencial de venda de cerca de 30 mil toneladas por ano, o que representaria 20% do mercado local.

No entanto, os produtores nacionais teriam de enfrentar a concorrência chinesa, que, mesmo sendo a segunda maior produtora do mundo, precisa importar aves brasileiras para o consumo interno. "Acaba sendo mais vantajoso vender para o governo coreano e importar a nossa que liberar esse mercado para manter o abastecimento interno", aponta.

Política

Segundo Marcelo Zorovich, professor de Relações Internacionais da ESPM, apesar das questões políticas que cercam a Coreia do Norte, é importante enxergá-la como um mercado consumidor. "Existe uma intenção do governo de estreitamento com o mercado brasileiro desde 2001, principalmente no setor de alimentos".

O regime fechado cria uma dificuldade acesso aos produtos, o que abre um grande potencial para o país que se aproximar do governo norte-coreano.

A proximidade com o país, no entanto, esbarra nas recentes sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país, que proíbem a exportação de diversos produtos para a Coréia do Norte.

Como forma de evitar conflitos na organização supranacional, o Brasil tem buscado uma posição neutra frente aos debates em torno da Coreia do Norte, se abstendo dos votos quando o assunto são sanções econômicas àquele país.

"O Brasil condena os ataques da Coreia do Norte. Por outro lado, usa a abstenção como uma saída diplomática para não bater de frente com um parceiro comercial", aponta Zorovich.

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