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Gerdau: "Está mais barato fazer aço nos EUA que no Brasil"

Nivaldo Souza, Brasileconomico

Presidente da Gerdau avalia que, além de elevar importação de aço, câmbio desfavorável eleva custo produtivo no país.

A apreciação do real ante o dólar, intensificada com o aumento da oferta da moeda no mercado americano, tem sido responsável por uma mudança inimaginável até pouco tempo.

A baixa do real transformou a produção de aço da Gerdau nos Estados Unidos mais barata do que a realizada no Brasil. "Uma coisa que jamais imaginei que iria dizer é que, hoje, é mais barato produzir lá", afirma o presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter.

No caso do vergalhão usado na construção civil, principal produto da Gerdau, o custo de produção americano responde por 85 pontos em uma escala de 0 a 100 elaborada por um estudo da consultoria Bozz&Co.

Por aqui, a proporção sobe para 100 por 100. Não à toa, entre os seis produtores mundiais (Alemanha, Brasil, China, EUA, Rússia e Turquia) avaliados pelo estudo encomendado pelo Instituto Aço Brasil (IABr), em 2009, o Brasil lidera em custo produtivo. Posição na qual empata com a Turquia, mas que é superado pelo mercado nacional em impostos: 46 (Brasil) x 30 (Turquia) que compõe a escala até 100.

Johannpeter observa que também pesa na conta o preço menor de energia nos EUA, em especial o gás natural. "O metro cúbico do gás nos Estados Unidos está entre US$ 4 e US$ 5. Enquanto no Brasil, o preço varia entre US$ 11 e US$ 12", diz.

O presidente da Gerdau ressalta que a mudança da rota produtiva tem contribuído para que o Brasil receba um volume crescente do excedente de aço produzido em países onde o consumo não acompanha a oferta disponível, em função, ainda, dos efeitos da crise financeira global iniciada em 2008. "As empresas buscam países que estão crescendo, e o Brasil é um deles", pontua.

Concorrência desleal

O IABr estima a entrada de 8 milhões de toneladas de aço importado no Brasil neste ano, contra 5,8 milhões em 2009. A entidade avalia que o volume é excesivamente alto ante a sobra de 20,7 milhões de toneladas que o parque siderúrgico nacional terá em 2010.

Para Johannpeter, atual presidente do conselho diretor do IABr, a distorção precisa ser corrigida com ação rápida pelo governo brasileiro. O executivo se mostra preocupado, principalmente, com a concorrência desleal praticada por siderúrgicas de países afetados pela crise. "Para manter os altos-fornos funcionando, empresas têm praticado os piores preços, fazendo o excedente vir para o Brasil", diz.

O principal executivo da Gerdau indica, como ponto central para evitar a perda do mercado interno, brecar a guerra fiscal praticada por 13 portos brasileiros. Segundo Johannpeter, há casos em que os estados reduzem a taxa de ICMS a 2% para elevar a movimentação de carga de seus terminais.

Com isso, além do preço menor em função do excesso da produção mundial - calculada pelo IABr em 619 milhões de toneladas -, o importado recebe um tipo de incentivo fiscal que turbina sua concorrência com o aço nacional.

"A guerra fiscal tem tirado empregos no Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, a redução de ICMS acontece no âmbito do programa Pró-Emprego. Só que os empregos estão sendo criados na China, na Turquia, na Coreia do Sul...".

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