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Mostrando postagens de novembro, 2010

Batalhas do Rio de Janeiro

Murillo de Aragão, Brasileconomico Seria injusto dizer que os ataques aos traficantes no Rio de Janeiro são uma reação nova ao crime. Não são. Tampouco podemos considerar certo que 25 de novembro seja o dia em que "o Brasil começou a vencer o crime", como escreveu a revista Veja. A batalha contra o tráfico no Rio está longe de ser vencida por inúmeras razões que serão abordadas a seguir e que indicam uma reflexão sobre como os governantes e a sociedade do Rio de Janeiro devem agir de ora em diante. A ocupação do Complexo do Alemão, que seria uma etapa a ser cumprida mais à frente, foi antecipada devido à completa estupidez e à ausência de sentido estratégico dos traficantes. Sufocados pelas UPPs, acreditaram que uma ofensiva urbana seria capaz de paralisar a polícia e, quem sabe, colocar a sociedade contra os esforços de combate ao crime. Talvez, considerando o quadro patológico das instituições no Rio de Janeiro, o raciocínio pudesse estar correto. Mas não está. A band

Empresários veem potencial em mercado norte-coreano

Brasileconomico A busca por novos mercados consumidores tem encurtado as distâncias entre o Brasil e a Coreia do Norte. Empresários do setor de alimentos identificam potencial na economia do país oriental. Com aproximadamente 24 milhões de habitantes, segundo informações do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Coreia do Norte tem despontado como uma das possibilidades de mercado consumidor para os produtos nacionais. Apesar das poucas e, muitas vezes, desencontradas informações que são divulgadas sobre o país, empresas do setor de alimentos têm investido cada vez mais em conhecer melhor esse cliente em potencial. "É um país populoso, mas ainda não temos noção do tamanho desse mercado para o nosso produto", afirma Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústria Exportadoras de Carne (Abiec). Embora entenda que é uma economia que precisa "ser estudada", Camardelli vê muitas vantagens na exportação para o país, uma ve

"Estrela menor", Tombini pode flexibilizar debate dos juros

Barabara Ladeia, Brasileconomico Ao contrário de Lula, que buscou uma personalidade conhecida pelo mercado financeiro para presidir o Banco Central, Dilma Rousseff traz para a liderança da instituição um técnico de carreira na casa. Apesar de ter trabalhado na equipe de Henrique Meirelles, atual presidente do Banco Central, e ter atuado no Fundo Monetário Internacional (FMI), o fato é que Alexandre Tombini não desfruta do mesmo prestígio que o atual líder da casa. Para Roberto Piscitelli, professor de Finanças Públicas da Universidade de Brasília (UNB), esse talvez tenha sido o elemento chave para a escolha de Tombini para o cargo "Meirelles era muito aureolado pelo mercado e, portanto, absolutamente senhor da situação. O fato do novo presidente do Banco Central ter 'uma estrela menos brilhante' gera maior flexibilidade para o debate em torno da política de juros", explica. Essa também teria sido uma manobra política da equipe do governo Dilma. "Com a esc

Nouriel Roubini: França está tão mal quanto Irlanda

Brasileconomico As finanças públicas da França não estão em melhor estado do que a de países endividados da Zona do Euroa, como Grécia e Irlanda. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (19/11) pelo famoso economista americano Nouriel Roubini. "A França, em certos aspectos essenciais, não parece estar em melhor situação que a periferia da Zona do Euro", afirmou Roubini em entrevista ao canal CNBC. O economista, conhecido por suas opiniões marcadamente pessimistas, acrescentou que os franceses "não fizeram nada do ponto de vista estrutural, seu déficit orçamentário é elevado, e politicamente são limitados em sua capacidade de fazer reformas". "Mas é justo dizer que, comparados com outros, ainda não estão no mesmo ponto", ressaltou. Indagado sobre a lei de reforma das aposentadorias promulgada no início do mês, o economista delineou um quadro pouco atraente da situação francesa. "É o início de uma política de austeridade que deverá ser execu

O valor dos sistemas subterrâneos de trens

Paulo Tarso Resende, Brasileconomico Sistemas de transportes não combinam com uma paisagem urbana que se pretende harmoniosa, equilibrada na ocupação, com boa oferta de áreas de lazer e dedicada à provisão de uma melhor qualidade de vida. Geralmente, linhas de metrô de superfície tornam-se elementos estranhos e, invariavelmente, substituem opções de aproveitamento. Nesse contexto, apesar de antigo, o conceito do uso do subsolo para o transporte de passageiros continua válido, principalmente no instante em que as grandes cidades vivem os desafios do uso sustentável de seu espaço. Tecnicamente, as linhas subterrâneas são mais seguras, inclusive com custos de proteção aos sistemas menores do que em certas malhas de superfícies, dado o fato de que o subsolo é um ambiente em que as variáveis operacionais são menores e mais controláveis. Além disso, os metrôs subterrâneos não interferem no multiuso do terreno, a não ser em pequenos pontos de acesso às suas estações. Aliás, tais ponto

Gerdau: "Está mais barato fazer aço nos EUA que no Brasil"

Nivaldo Souza, Brasileconomico Presidente da Gerdau avalia que, além de elevar importação de aço, câmbio desfavorável eleva custo produtivo no país. A apreciação do real ante o dólar, intensificada com o aumento da oferta da moeda no mercado americano, tem sido responsável por uma mudança inimaginável até pouco tempo. A baixa do real transformou a produção de aço da Gerdau nos Estados Unidos mais barata do que a realizada no Brasil. "Uma coisa que jamais imaginei que iria dizer é que, hoje, é mais barato produzir lá", afirma o presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter. No caso do vergalhão usado na construção civil, principal produto da Gerdau, o custo de produção americano responde por 85 pontos em uma escala de 0 a 100 elaborada por um estudo da consultoria Bozz&Co. Por aqui, a proporção sobe para 100 por 100. Não à toa, entre os seis produtores mundiais (Alemanha, Brasil, China, EUA, Rússia e Turquia) avaliados pelo estudo encomendado pelo Instituto A

Para economista do Santander, mercado está "indeciso"

Conrado Mazzoni, Brasileconomico A relativa tranquilidade vista durante as eleições não está sobressaindo após a definição do pleito presidencial. Para o economista-chefe da Santander Asset Management, “o mercado está indeciso”. A indefinição econômica está longe de ser um privilégio somente do plano externo, segundo avaliação de Hugo Penteado. "Existe incerteza no combate inflacionário no Brasil, dado o cenário de transição política, a cena econômica externa fraca e a farta liquidez global", analisa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou taxa de 0,75% em outubro, acima do 0,45% de setembro. O preço dos alimentos teve a maior alta desde junho de 2008. Na visão do economista-chefe da Santander Asset Management, será preciso tratar do aumento da demanda agregada da economia brasileira em 2011. Seja via aumento de juros ou por meio de corte de gastos do Estado. Eis o ponto de interrogação do mercado quanto ao novo governo Dilma Rousseff. Para

Líderes mundiais concordam em enfrentar vulnerabilidades

Yoo Choonsik e Patricia Zengerle/Reuters, Brasileconomico Os líderes do G20 concordaram em enfrentar as "tensões e vulnerabilidades" globais que fizeram surgir o fantasma de uma guerra cambial e de protecionismo comercial, após a reunião da cúpula. O grupo de países desenvolvidos e emergentes chegou a um acordo durante cúpula em Seul para estabelecer "linhas indicativas" vagas para medir os desequilíbrios entre suas economias, mas, abrindo um parênteses para acalmar alguns ânimos, deixaram os detalhes pendentes, que serão discutidos no primeiro semestre de 2011. Em um comunicado assinado no fim da reunião, os líderes se comprometeram em avançar para taxas de câmbio determinadas pelo mercado e evitar desvalorizações com fins competitivos. "Os riscos continuam", afirmou o comunicado. "Alguns de nós estão experimentando um forte crescimento, enquanto outros sofrem com altos níveis de desemprego e uma recuperação fraca. O crescimento desigual e o

Corretoras suspendem cobertura do Panamericano

Bárbara Ladeia, Brasileconomico Diante da constatação de inconsistência contábil nos balanços do banco, corretoras colocam recomendações e preço-alvo dos papéis da companhia em revisão. Para a corretora Planner, a notícia é negativa para o banco, pois afeta a credibilidade e governança da instituição. A corretora colocou em revisão a sua recomendação para o papel da companhia e o preço-alvo dos papéis, devido à "magnitude do aporte". A Link Investimentos lembra que as inconsistências não são um problema generalizado do setor, mas a falta de detalhes quanto às inconsistências contábeis anunciadas pela empresa não permitem uma análise mais ampla. "Estamos suspendendo nosso target price e rating de BPNM4 até que sejam esclarecidas as inconsistências contábeis", informa o comunicado da corretora ao mercado.

China fomenta expectativas de mais elevações de juro

Por Jason Subler e Aileen Wang/Reuters, Brasileconomico A China sinalizou nesta terça-feira (9/11) a intenção de combater o excesso de capital no sistema financeiro elevando o rendimento de títulos em um leilão do BC. Prometeu controlar os fluxos especulativos. As medidas sugerem uma preocupação crescente de Pequim com o aumento da liquidez nos mercados locais após a decisão do Federal Reserve de adotar uma nova rodada de compra de ativos. Para alguns analistas, isso significa que ações adicionais de aperto monetário na China podem vir antes do previsto. As expectativas foram fomentadas por dois vice-presidentes do BC chinês dizendo que a atuação do Fed pode gerar bolhas de ativos e inflação e que as autoridades chinesas estão observando de perto a situação. "A China ainda tem um ímpeto forte de rápida expansão de crédito", disse Du Jinfu, um dos vice-presidentes, resumindo os desafios que o BC enfrenta. "Há, obviamente, um aumento dos riscos cíclicos macroeco

Por um sistema único na Previdência Social

Hélio Zylberstajn, O Estado de S.Paulo Em termos de aposentadorias o Brasil é muito desigual. É como se tivéssemos dois tipos de cidadãos. Os de primeira classe seriam os que trabalham no setor público: contribuem pouco e se aposentam com muito. Os demais, que trabalham nas empresas privadas, seriam os de segunda classe: contribuem muito e se aposentam com pouco. De cada 100 aposentados, 86 são do segundo grupo. Mas na divisão do "bolo" das aposentadorias a conta se inverte: apenas 62% vão para o segundo grupo e nada menos que 38% ficam para o pequeno clube do primeiro grupo. Além de injusto, o sistema custa muito para os cofres públicos. O Brasil gasta hoje aproximadamente 11% do seu PIB com aposentadorias e pensões. É muito, sob pelo menos dois critérios. Primeiro, é um gasto elevado, pois representa aproximadamente 1/3 de toda a arrecadação com impostos e contribuições sociais. Segundo, é muito para um país com só 7% de idosos na população. A França, por exemplo, que te

Metas de conta corrente são um meio de volta ao futuro

Martin Wolf, Financial Times O debate sobre os “desequilíbrios globais” está de volta ao futuro. A proposta de Tim Geithner, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, de estabelecer uma meta de conta corrente, nos leva de volta às preocupações de John Maynard Keynes na conferência de Bretton Woods, em julho de 1944; Keynes, representando o Reino Unido, estava obcecado com os riscos do ajuste assimétrico entre os países com superávit e com déficit. Os Estados Unidos, na época o principal país com superávit do mundo, rejeitavam os pedidos para um mecanismo que imporia pressão sobre ambos os lados. Agora os Estados Unidos estão no outro lado. A China poderia aceitar o que os Estados Unidos rejeitaram? A resposta pode ser “sim”. O comunicado da reunião de 23 de outubro dos ministros das finanças e dos presidentes de bancos centrais do Grupo dos 20 (principais economias), na Coreia do Sul, declarou que “desequilíbrios persistentemente grandes, avaliados com diretrizes indicativas a se

O andor da procissão da bonança pode desabar

Neste artigo, escrito antes da eleição de Dilma Rousseff, Marco Antonio Rocha analisa o crescente peso da máquina pública no atual estágio da economia brasileira Marco Antonio Rocha, O Estado de São Paulo O presidente Lula sempre foi contra a ideia de "Estado mínimo". Sempre disse que isso era uma bobagem, que o Estado tem de ser grande e forte. A sua candidata, Dilma Rousseff, diz a mesma coisa. Ainda no exercício da chefia da Casa Civil, diante de indagações sobre a necessidade de um ajuste fiscal para que as contas do governo não enveredassem para o rumo do desequilíbrio - como está acontecendo -, reagia com irritação: por que e para que fazer ajuste fiscal, se a economia está indo bem, só para judiar do povo? A resposta, dada com frequência, embute a vontade de tingir com a pecha de contrário aos interesses do povo o conceito de ajuste fiscal e, de outro lado, a indicação de que a gastança governamental continuaria, o que agrada muito aos vorazes empreiteiros de obr

Lucro da BP cai 67% no 3º trimestre

Agência Estado Resultado veio após a empresa assumir um adicional de US$ 7,66 bilhões em despesas relativas ao vazamento de petróleo no Golfo do México. Ainda assim, lucro de US$ 1,79 bilhão superou a estimativa dos analistas A companhia britânica de petróleo BP viu seu lucro líquido despencar 66,5% no terceiro trimestre, após assumir um adicional de US$ 7,66 bilhões em despesas, antes de impostos, relativas ao vazamento de petróleo no Golfo do México. O lucro, de qualquer forma, superou a estimativa dos analistas. A BP, com sede no Reino Unido, informou lucro de US$ 1,79 bilhão no terceiro trimestre, sensivelmente inferior ao lucro de US$ 5,34 bilhões no terceiro trimestre do ano passado. As receitas totais subiram 10% para US$ 74,65 bilhões. O lucro diluído por ação foi de US$ 0,94, comparável aos US$ 28,2 registrados no terceiro trimestre de 2009. A despesa adicional, disse a BP, resultou de custos extraordinários que surgiram do atraso de um mês na conclusão do dispendios

Agora, mercado eleva inflação e PIB para 2011

Micheli Rueda, Brasileconomico As instituições financeiras elevaram o prognóstico para a inflação e para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (01/11) pelo Banco Central (BC). Os agentes de mercado consultados estimam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2010 a 5,29%, ante 5,27% na semana passada, caracterizando o sétimo reajuste de alta. Há quatro semanas, a projeção era de 5,07%. Para o ano que vem, as instituições aumentaram a estimativa de 4,98% para 4,99%. Por sua vez, a projeção para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) foi elevada para 10%, frente a 9,84% na semana anterior. Há um mês, a estimativa era de 9,45%. Já a aposta para 2011 foi reduzida para 5,24%. Para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), a previsão para 2010 foi de 9,89%, face a 9,84% na semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa era de 9,38%. A expectativa para 2011 foi mantida em 5,