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Crescem as preocupações quanto ao suprimento de alimentos no mundo

Javier Blas, Courtney Weaver e Simon Mundy
Londres (Reino Unido), Moscou (Rússia) e Johannesburgo (África do Sul)

Protestos contra o custo de vida deixam sete mortos na capital de Moçambique
A Rússia anunciou ontem (02) uma prorrogação de 12 meses da suspensão das suas exportações de grãos, fazendo com que aumentassem as preocupações relativas a um retorno da escassez de alimentos e das rebeliões de 2007 e 2008 que se espalharam pelos países em desenvolvimento que são dependentes da importação desses produtos.

O anúncio, feito por Vladimir Putin, ocorreu no momento em que a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) solicita uma reunião de emergência para a discussão da escassez de trigo e quando rebeliões em Moçambique provocaram a morte de sete pessoas.

A convulsão social em Maputo, na qual 280 pessoas ficaram feridas, ocorreu após a decisão do governo de aumentar o preço do pão em 30 centavos. A polícia abriu fogo contra os manifestantes quando milhares deles saíram às ruas para protestar contra o aumento, queimando pneus e saqueando armazéns de alimentos.

Embora autoridades e comerciantes do setor agrícolas insistam em dizer que os suprimentos de trigo e outros grãos são maiores agora do que em 2007 e 2008, o governo teme que as violentas rebeliões de Moçambique possam se repetir.
A escassez de alimentos de 2007 e 2008, a mais grave em 30 anos, provocou rebeliões populares em diversos países, desde Bangladesh até o México, e contribuiu para provocar o colapso dos governos do Haiti e de Madagascar.

O anúncio feito pelos russos de que a proibição da exportação de grãos do país, anunciada no mês passado, será prorrogada até o final de dezembro de 2011 fez com que os preços do trigo e de outros cereais disparassem, atingindo o patamar mais alto em quase dois anos.

A FAO declarou que “a preocupação quanto à possibilidade de uma repetição da crise de alimentos de 2007 e 2008” resultou em “uma quantidade enorme” de questionamentos por parte dos países membros. “O objetivo desta reunião é fazer com que os países exportadores e importadores participem das iniciativas para conter o problema”.

A Rússia é tradicionalmente o quarto maior exportador de trigo do mundo, e a proibição das exportações do produto já obrigou os importadores do Oriente Médio e do Norte da África, os principais compradores, a procurar suprimentos na Europa e nos Estados Unidos.

Vladimir Putin afirmou que Moscou “só poderá cogitar a suspensão da proibição das exportações quando a safra do ano que vem for colhida e a Rússia souber com certeza qual é o tamanho do seu estoque de grãos”. Ele acrescentou que a decisão de prorrogar a proibição tem como objetivo “acabar com a ansiedade desnecessária e garantir um ambiente empresarial estável e previsível para os indivíduos e companhias que atuam no mercado”.

“Isso é muito sério”, declarou Abdolreza Abassian, da FAO, em Roma. “Durante dois anos seguidos as exportações russas provocam bastante distúrbio”.

Dan Manternach, economista especializado em comércio de trigo da Doane Agricultural Services, em Saint Louis, acrescentou: “Este é um alerta para as nações importadoras quanto à confiabilidade da Rússia”.

Jakkie Cilliers, diretor do Institute of Security Studies da África do Sul, disse que existe o temor de uma repetição dos protestos de 2008: “Isso certamente fortaleceu um retorno dos militares à política na África”.

Ontem o preço do trigo chegou a 231,50 euros (R$ 512,15) a tonelada, quase alcançando o maior valor em dois anos, registrado no ano passado, que foi de 236 euros (R$ 522,10). O preço do trigo subiu quase 70% desde janeiro último, e os analistas preveem novos aumentos devido à decisão da Rússia e às preocupações quanto à quebra da safra australiana provocada por fatores climáticos.

Tradução: UOL

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