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Setor de máquina agrícola americano imune à crise

Felipe Peroni, do Brasil Econômico


Alta dos preços das commodities persiste e, com o caixa dos agricultores encorpado, as compras de maquinário aumentam.
Com a economia americana ainda sofrendo os efeitos da pior crise financeira desde 1939, um setor da indústria ficou imune.
Os fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas do país estão ainda mais otimistas do que nos tempos de crise.
O motivo é o nível de preços das commodities. Com a renda do agricultor elevada, as vendas de novas máquinas mantêm o fôlego.
"As vendas estão muito boas este ano", afirma Steve Detriek, gerennte de feiras nacionais da John Deere. Ele participou da Farm Progress Show, a maior feira agrícola dos Estados Unidos, em Decatur, Illinois. No evento, as companhias tentam conquistar os fazendeiros apresentando seus equipamentos de última geração.
"A feira está sendo muito proveitosa, e acredito que teremos um recorde de vendas este ano", afirma.
A alta dos preços das commodities, que teve início no ano passado, não dá sinais de reversão. Com o caixa dos agricultores encorpado, as compras de maquinário aumentam.
"Historicamente, os preços das commodities avançam quando há uma quebra de safra em algum lugar do mundo. Mas desta vez estamos vendo uma sustentabilidade, com o aumento da demanda mundial", diz Steve Gorsuch, diretor da AGCO nos Estados Unidos. "Estamos tendo dinheiro para investir este ano", afirma o diretor.
Segundo ele, a projeção da AGCO é investir US$ 300 milhões no país este ano. "Trata-se de um grande investimento, porque estamos vendo crescimento aqui nos Estados Unidos", diz.
Nos primeiros seis meses do ano, as vendas da John Deere aumentaram 10% nos Estados Unidos. A empresa teve um faturamento global de US$ 23,4 bilhões até o terceiro trimestre fiscal (de novembro a julho deste ano), aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a AGCO teve avanço de 35,3% nas vendas anuais, somando US$ 4,2 bilhões.
Enquanto os preços dos imóveis continuam com tendência de queda, as áreas rurais estão valorizadas. Na primeira metade do ano, o valor do acre de terra em Illinois teve valorização de 14%, segundo pesquisa da associação de produtores rurais do estado.
"Com os altos preços, os fazendeiros este ano expandiram as área de plantio o tanto quanto puderam", diz Coy Anderson, diretor regional de vendas da New Holland. "Estamos tendo muitas vendas em equipamentos de grande porte", acrescenta.
Além disso, a queda do dólar em relação às demais moedas impulsiona as exportações americanas, e faz com que o setor agrícola se torne uma ilha de prosperidade no país. "Tipicamente, o setor agrícola americano é anticíclico", diz Matt Youngman, diretor geral da feira e produtor de soja.
A proximidade da colheita do milho, maior cultura do país, anima as vendas. Esse é o caso de Monte Mason, sócio da Fazenda Hilton. Ele acabou de adquirir uma colheitadeira de milho, para iniciar a colheita ainda nesta semana. "Pretendemos terminar a colheita até outubro", diz.
E os preços não dão sinais de queda. Com as altas temperaturas, o rendimento do milho americano ficou prejudicado, forçando as cotações. De agosto a setembro os contratos mais líquidos na bolsa de Chicago tiveram alta de 8%. "Tivemos três meses com temperaturas chegando a 32 graus", relata.

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