Gustavo Cerbasi, UOL
Não adianta economizar para diminuir seu custo de vida se a estrutura básica de seus custos não mudar
GASTAR MENOS do que se ganha e investir bem a diferença. A receita de ouro seguida por todos os que enriquecem é simples e de fácil compreensão. Porém, por mais que tente, a maioria das pessoas não consegue colocar em prática essa sábia lição. O motivo está na qualidade das escolhas decorrentes da vontade de praticar essa receita.
Todo chefe de família, em algum momento da vida, já pensou em fazer um pé-de-meia para seus filhos.
Porém, é muito provável que, ao tentar economizar, tenha esbarrado na resistência da família ou em imprevistos que destruíram suas intenções.
Da mesma forma, incontáveis novos investidores desistem da ideia de construir prosperidade assim que constatam uma primeira perda decorrente de uma má escolha, seja um imóvel de difícil revenda ou um fundo de ações que perde valor mês após mês.
O problema não está no imprevisto ou na modalidade do investimento, mas sim na opção por tentar praticar uma nova regra dentro de uma realidade antiga e desequilibrada.
Não adianta tentar economizar para diminuir seu custo de vida se a estrutura básica de seus custos não mudar. Em vez de tentar cortar dezenas de pequenos gastos relacionados ao escasso lazer ou a pequenos luxos cotidianos, seria muito mais eficaz trocar a moradia atual por outra um pouco menor.
Geralmente, não é só a moradia ou o aluguel que diminuem. Todos os gastos acessórios, como contas de consumo (luz, água), impostos e manutenção do domicílio tendem a diminuir quase que proporcionalmente.
A partir do momento em que a pessoa adota um estilo de vida mais simples e econômico, uma interessante transformação ganha corpo.
Ao preservar verbas para um consumo mais flexível, com maior participação de itens de lazer e qualidade de vida, adquirimos mais do que um consumo mais prazeroso.
Com ele, vem também a possibilidade do efeito substituição, para o caso de ocorrerem imprevistos.
Se alguém na família adoece e precisamos adquirir medicamentos, há uma verba de lazer a ser cortada para viabilizar o custeio do gasto inesperado.
Isso não é possível quando todo o nosso orçamento está ocupado por contas que não deixam margem para ajuste, como prestação ou aluguel da casa, financiamento do carro, mensalidade escolar, impostos e supermercado.
A partir do momento em que contamos com mais verba para lazer e bem-estar, e com a possibilidade de amenizar com tranquilidade os imprevistos, vivemos melhor e mais felizes.
Essa conclusão, por si só, já é suficiente para fazer com que não precisemos contar frequentemente com uma reserva financeira de emergências. Em razão disso, podemos diminuir a liquidez de uma parte maior de nossas reservas, permitindo adotar uma carteira de investimentos menos conservadora e mais eficiente no longo prazo.
O entendimento é simples: quanto menos apertos tivermos em nossa vida cotidiana, menos utilizaremos nossas reservas financeiras para apagar incêndios; quanto menos precisamos dispor de nossos investimentos, melhor será nossa propensão a tolerar os altos e baixos típicos de investimentos de risco, como imóveis e ações.
Ou seja, mais do que a tranquilidade de contar com verba disponível, o estilo de vida mais simples também permite que melhoremos a qualidade de nossos investimentos.
Não basta, portanto, a saudável atitude de cortar gastos. É preciso adotar um estilo de vida em que os gastos se situem em um patamar menor sem comprometer nossa sensação de realização e segurança.
Ao investir, não basta assumir riscos para colher resultados diferenciados. É preciso adequar o risco de nossa carteira às necessidades de segurança financeira da família, para que não estejamos expostos ao risco de precisar efetuar um resgate em meio a uma crise.
Esse conjunto de atitudes inteligentes, somado à aquisição contínua de conhecimento sobre nossas escolhas e nossos investimentos, é a receita certa para a construção de riqueza nas famílias.
Não adianta economizar para diminuir seu custo de vida se a estrutura básica de seus custos não mudar
GASTAR MENOS do que se ganha e investir bem a diferença. A receita de ouro seguida por todos os que enriquecem é simples e de fácil compreensão. Porém, por mais que tente, a maioria das pessoas não consegue colocar em prática essa sábia lição. O motivo está na qualidade das escolhas decorrentes da vontade de praticar essa receita.
Todo chefe de família, em algum momento da vida, já pensou em fazer um pé-de-meia para seus filhos.
Porém, é muito provável que, ao tentar economizar, tenha esbarrado na resistência da família ou em imprevistos que destruíram suas intenções.
Da mesma forma, incontáveis novos investidores desistem da ideia de construir prosperidade assim que constatam uma primeira perda decorrente de uma má escolha, seja um imóvel de difícil revenda ou um fundo de ações que perde valor mês após mês.
O problema não está no imprevisto ou na modalidade do investimento, mas sim na opção por tentar praticar uma nova regra dentro de uma realidade antiga e desequilibrada.
Não adianta tentar economizar para diminuir seu custo de vida se a estrutura básica de seus custos não mudar. Em vez de tentar cortar dezenas de pequenos gastos relacionados ao escasso lazer ou a pequenos luxos cotidianos, seria muito mais eficaz trocar a moradia atual por outra um pouco menor.
Geralmente, não é só a moradia ou o aluguel que diminuem. Todos os gastos acessórios, como contas de consumo (luz, água), impostos e manutenção do domicílio tendem a diminuir quase que proporcionalmente.
A partir do momento em que a pessoa adota um estilo de vida mais simples e econômico, uma interessante transformação ganha corpo.
Ao preservar verbas para um consumo mais flexível, com maior participação de itens de lazer e qualidade de vida, adquirimos mais do que um consumo mais prazeroso.
Com ele, vem também a possibilidade do efeito substituição, para o caso de ocorrerem imprevistos.
Se alguém na família adoece e precisamos adquirir medicamentos, há uma verba de lazer a ser cortada para viabilizar o custeio do gasto inesperado.
Isso não é possível quando todo o nosso orçamento está ocupado por contas que não deixam margem para ajuste, como prestação ou aluguel da casa, financiamento do carro, mensalidade escolar, impostos e supermercado.
A partir do momento em que contamos com mais verba para lazer e bem-estar, e com a possibilidade de amenizar com tranquilidade os imprevistos, vivemos melhor e mais felizes.
Essa conclusão, por si só, já é suficiente para fazer com que não precisemos contar frequentemente com uma reserva financeira de emergências. Em razão disso, podemos diminuir a liquidez de uma parte maior de nossas reservas, permitindo adotar uma carteira de investimentos menos conservadora e mais eficiente no longo prazo.
O entendimento é simples: quanto menos apertos tivermos em nossa vida cotidiana, menos utilizaremos nossas reservas financeiras para apagar incêndios; quanto menos precisamos dispor de nossos investimentos, melhor será nossa propensão a tolerar os altos e baixos típicos de investimentos de risco, como imóveis e ações.
Ou seja, mais do que a tranquilidade de contar com verba disponível, o estilo de vida mais simples também permite que melhoremos a qualidade de nossos investimentos.
Não basta, portanto, a saudável atitude de cortar gastos. É preciso adotar um estilo de vida em que os gastos se situem em um patamar menor sem comprometer nossa sensação de realização e segurança.
Ao investir, não basta assumir riscos para colher resultados diferenciados. É preciso adequar o risco de nossa carteira às necessidades de segurança financeira da família, para que não estejamos expostos ao risco de precisar efetuar um resgate em meio a uma crise.
Esse conjunto de atitudes inteligentes, somado à aquisição contínua de conhecimento sobre nossas escolhas e nossos investimentos, é a receita certa para a construção de riqueza nas famílias.
Comentários
Postar um comentário