José Dirceu
Desde que o marqueteiro James Carville, em 1992, sentenciou a Bill Clinton que a chave da vitória eleitoral estava na economia, a frase “é a economia, estúpido!” ganhou contornos de verdade absoluta. Tudo porque, de fato, Clinton seguiu o conselho, centrou sua campanha nos aspectos econômicos e tornou-se presidente dos EUA — por duas vezes.
É preciso, no entanto, introduzir condicionantes à “verdade incontestável” de Carville. Indubitável que a economia é tema-chave em qualquer corrida presidencial. Mas, antes da economia, é a política que atua sobre os caminhos percorridos na área econômica.
Parafraseando Carville, cabe dizer: “é a política, estúpido!”. No próximo domingo, os brasileiros iremos às urnas decidir os rumos do país no período 2011-2014.
Há duas alternativas políticas apresentadas para ditar o tipo e o ritmo que a economia terá. Ambas já foram testadas no país: o modelo inaugurado no governo Lula (2003-2010), representado por Dilma Rousseff, e o jeito tucano de governar experimentado com Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), cujas diretrizes estão na candidatura José Serra.
Ocorre que o desempenho da política econômica do governo Lula foi superior ao da política dos tucanos, fato amparado em três aspectos cruciais ao desenvolvimento nacional: crescimento do PIB, geração de empregos e distribuição de renda.
A partir de uma concepção que entende os avanços sociais como fim da atividade política e econômica, foi possível conjugar esses aspectos e formar um mercado de massas que alimentou esse tripé.
A superação da crise internacional de 2009 comprovou o acerto dessa política e enterrou, no mundo inteiro, o modelo anterior, capitaneado aqui pelos tucanos.
Enterrou porque restabeleceu o papel do Estado como o representante do interesse da sociedade junto à atividade econômica. A prevalência no Brasil dessa concepção foi decisiva para dar a estabilidade necessária ao país na crise, projetando-o internacionalmente como um dos pólos de atração econômica.
No modelo anterior, o Estado é peso; no atual, é indissociável do desenvolvimento sustentado e sustentável.
Essa lógica — que permeou todo o governo Lula e será preservada num eventual governo Dilma — possibilitou: a saída de 29 milhões de pessoas da miséria; o incremento em 35 milhões de cidadãos às classes médias; taxa de crescimento de 7% em 2010 (com previsão mínima de 4%até 2014); retirada do papel de obras de infraestrutura; elaboração de novos grandes projetos, via PAC; e retomada da atividade industrial.
Foram as opções políticas deste governo que alicerçaram as bases de uma nação desenvolvida, permitindo superarmos uma antiga agenda que, há muito, nos travava.
O longo caminho a ser trilhado rumo a um país robusto passa, de novo, pelas opções políticas que o próximo presidente fará. Como velho modelo, arriscamos perder os avanços porque a orientação de nossas políticas mudará acentuadamente.
O atual modelo é, assim, a garantia de que as conquistas do país seguirão a mesma trilha, mas de forma acelerada. Não é a hora de trocar esse bom motor da economia.
José Dirceu é advogado e ex-ministro da Casa Civil
Desde que o marqueteiro James Carville, em 1992, sentenciou a Bill Clinton que a chave da vitória eleitoral estava na economia, a frase “é a economia, estúpido!” ganhou contornos de verdade absoluta. Tudo porque, de fato, Clinton seguiu o conselho, centrou sua campanha nos aspectos econômicos e tornou-se presidente dos EUA — por duas vezes.
É preciso, no entanto, introduzir condicionantes à “verdade incontestável” de Carville. Indubitável que a economia é tema-chave em qualquer corrida presidencial. Mas, antes da economia, é a política que atua sobre os caminhos percorridos na área econômica.
Parafraseando Carville, cabe dizer: “é a política, estúpido!”. No próximo domingo, os brasileiros iremos às urnas decidir os rumos do país no período 2011-2014.
Há duas alternativas políticas apresentadas para ditar o tipo e o ritmo que a economia terá. Ambas já foram testadas no país: o modelo inaugurado no governo Lula (2003-2010), representado por Dilma Rousseff, e o jeito tucano de governar experimentado com Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), cujas diretrizes estão na candidatura José Serra.
Ocorre que o desempenho da política econômica do governo Lula foi superior ao da política dos tucanos, fato amparado em três aspectos cruciais ao desenvolvimento nacional: crescimento do PIB, geração de empregos e distribuição de renda.
A partir de uma concepção que entende os avanços sociais como fim da atividade política e econômica, foi possível conjugar esses aspectos e formar um mercado de massas que alimentou esse tripé.
A superação da crise internacional de 2009 comprovou o acerto dessa política e enterrou, no mundo inteiro, o modelo anterior, capitaneado aqui pelos tucanos.
Enterrou porque restabeleceu o papel do Estado como o representante do interesse da sociedade junto à atividade econômica. A prevalência no Brasil dessa concepção foi decisiva para dar a estabilidade necessária ao país na crise, projetando-o internacionalmente como um dos pólos de atração econômica.
No modelo anterior, o Estado é peso; no atual, é indissociável do desenvolvimento sustentado e sustentável.
Essa lógica — que permeou todo o governo Lula e será preservada num eventual governo Dilma — possibilitou: a saída de 29 milhões de pessoas da miséria; o incremento em 35 milhões de cidadãos às classes médias; taxa de crescimento de 7% em 2010 (com previsão mínima de 4%até 2014); retirada do papel de obras de infraestrutura; elaboração de novos grandes projetos, via PAC; e retomada da atividade industrial.
Foram as opções políticas deste governo que alicerçaram as bases de uma nação desenvolvida, permitindo superarmos uma antiga agenda que, há muito, nos travava.
O longo caminho a ser trilhado rumo a um país robusto passa, de novo, pelas opções políticas que o próximo presidente fará. Como velho modelo, arriscamos perder os avanços porque a orientação de nossas políticas mudará acentuadamente.
O atual modelo é, assim, a garantia de que as conquistas do país seguirão a mesma trilha, mas de forma acelerada. Não é a hora de trocar esse bom motor da economia.
José Dirceu é advogado e ex-ministro da Casa Civil
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