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Cinco perguntas, cinco respostas sobre turismo com Carlo Tebaldi



Foto de Ivan de Paula

Empreendedor que gosta de novos desafios, Carlo Tebaldi aposta no aumento do fluxo de turistas para SAP. Mas, antes disso, para ele, é preciso muito trabalho

A estátua de Santo Antônio nesta página fica no Parque da Guarda, um complexo de lazer e cultura idealizado por Tebaldi há mais de 20 anos

Carlo Luiz Tebaldi.
Tebaldi
50 anos
6 anos de Souza Cruz
29 anos de Santo Antônio



Você é um dos poucos empreendedores de turismo em Santo Antõnio da Patrulha, investindo no Parque da Guarda. Na sua opinião, o que é necessário para que o turismo seja desenvolvido no município?
Bem. Turismo é um produto que funciona como uma engrenagem. Cada dente da peça é um segmento da sociedade que precisa estar ajustado e andando na mesma velocidade e com os  mesmos objetivos, incluindo o setor público. No caso de Santo Antônio, nunca houve um projeto público eficiente voltado para este setor. Aqui são feitos eventos com propostas turísticas isoladas de cunho político partidário e sem o envolvimento de toda cadeia que compõe.

- Acompanhando as inúmeras iniciativas na área do turismo, tanto governamentais quanto privadas, nos últimos 30 anos em Santo Antônio, a certeza que fica é que nada deu certo. Onde foi que erramos?
Erramos na falta de um projeto eficiente envolvendo todos os “stakeholder” e a sociedade como um todo. Turismo, diferentemente de outras empresas de serviços ou da própria indústria, precisa estar afinado com a sociedade. Tem que ser uma opção dos cidadãos e não uma imposição política. As ações, neste segmento desenvolvidas até então, pelos órgãos públicos são de uma forma esparsa sem conexão  com a essência de um projeto turístico.

- Cachaça, rapadura e doces... isso atrai turismo? Por muitos anos Santo Antônio da Patrulha foi conhecida como terra da cachaça, até mesmo de modo pejorativo. Hoje não temos nenhum alambique “premium” no município. Foi perda de tempo investir tanta energia no marketing da cachaça?
O turismo no mundo tem demonstrado ser uma grande fonte de riqueza, e na maioria dos casos,  quando vende-se a história local torna-se mais eficiente. Os produtos locais sempre são bons atrativos aos turistas, como também uma ótima receita financeira aos produtores. O grande erro não está nos investimentos feitos nos produtos da nossa terra, mas sim, em desenvolver projetos isolados sem uma proposta efetiva de continuidade. Não se faz turismo, apenas com produtos, precisamos o que eu chamo de, conceito de turismo, onde as pessoas e a cidade sejam preparadas para isso.
- A vinda das universidades federais pode ajudar? Há um curso agora para melhorar o atendimento das pessoas que trabalham diretamente com o turista, especialmente o pessoal dos restaurantes. Isso pode dar certo?
A universidade  é um elo importante , tendo em vista que, traz por si só um grande número de pessoas de outras cidades , porém, precisamos fazer o dever de casa, se é isso que queremos, algo que até hoje não foi demonstrado pelo poder público ao longo do tempo.

- E a Borges de Medeiros? Como você vê o futuro desta avenida?
A Borges de Medeiros é ímpar, é a nossa história viva, é certamente o nosso maior valor cultural visível. É tão importante que deveria ser controlado seu acesso, deveria ter normas de utilização próprias e leis específicas. No entanto, ainda não houve nem tombamento histórico. Isso demonstra o desinteresse dos órgãos competentes pelo nosso acervo cultural. Preocupa-me muito esta situação, porque uma vez destruído nunca mais será recuperado. E por falta de uma legislação específica de proteção, nos últimos 30 anos acompanhei a destruição de parte desta história centenária. O futuro desta avenida poderia ser o point do litoral com bares, cafés, lojas de artesanato e diversos outros segmentos de vendas, enriquecendo e enchendo de orgulho nosso povo.

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