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Investidor reduz risco de carteiras com medo de nova onda recessiva

Desde quando os mercado de ações e de commodities em todo mundo atingiram um pico em abril e maio, em meio a um alívio de que o pior da crise financeira já tinha passado, o ânimo dos investidores ficou sombrio.

Os índices em todo o mundo despencaram. Uma crise de dívida em curso na zona do euro e o risco de um "duplo mergulho" recessivo no Ocidente assumiram o centro do palco. Alguns gestores de fundos estão "saindo fora", nervosos com o que lhes reserva o segundo semestre.

"Nossa carteira está em seu mais baixo nível de exposição a riscos em 18 meses", disse Jack Ablin, diretor de investimentos do Harris Private Bank. Embora os preços das ações estejam parecendo razoáveis, disse Ablin, ele preferiu expor-se a dinheiro e a dívida pública de curto prazo.

Aumento de moedas e títulos em carteira é o tipo de mix de ativos preferido por muitos investidores desde que a crise na zona euro intensificou-se e que um fluxo contínuo de dados econômicos têm desapontado os mercados financeiros.

Até agora, neste ano, o índice FTSE All World de ações está em queda de 10,5%, as commodities estão bem distantes de suas elevações e o rendimento dos títulos do Tesouro americano para 10 anos, que se move inversamente ao aumento das cotações , caiu para abaixo de 3%, valor mais baixo em 14 meses.

Ações e títulos estão "precificando" o crescimento mais lento da economia mundial. E como os países europeus estão impondo austeridade a seus orçamentos - cortando gastos públicos e reduzindo drasticamente o aumento dos impostos para reduzir o pesado endividamento público -, existe o risco adicional de que excessiva contenção fiscal possa extinguir a tímida recuperação econômica.

Persiste a ameaça de deflação - um período prolongado de queda dos preços geralmente acompanhado de uma recessão prolongada. Investidores como Ablin estão, portanto, atentos. Mas, de acordo com analistas de alguns grandes bancos de Wall Street, há razões para otimismo.

Nas últimas semanas, palestras e apresentações sobre o segundo semestre, têm emanado confiança de que a recuperação ainda está no caminho certo.

O Bank of America Merrill Lynch, por exemplo, acredita que o índice S&P 500 chegará a 1,3 mil no fim do ano e que o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA para 10 anos subirá para 3,75%.

Os rendimentos de dividendos oferecem uma justificativa para comprar ações. O rendimento de dividendos do S&P 500 subiu de 1,9% em janeiro para os atuais 2,2%. Está, portanto, acima de sua média de 1,8% em 10 anos, de acordo com a Datastream.

O rendimento de dividendos do FTSE 100, de 3,5%, está acima da média de 3,1% em 10 anos. Mas depois que a suspensão do pagamento de rendimentos pela BP fizer efeito, isso diminuirá o percentual. Ablin disse que a relação preço/lucro para o S&P, de 12,5 vezes para lucros futuros, traduz-se em um lucro/preço de 7,9%. Isso se compara favoravelmente com os rendimentos de títulos de empresas com recomendação para investimento.

"As chances favorecem bastante os otimistas", disse David Bianco, estrategista-chefe do Bank of America-Merrill Lynch para os EUA. Nick Nelson, chefe de estratégia para o mercado acionário europeu no UBS, disse: "Fala-se muito de um duplo mergulho recessivo, mas acho mais provável que seja uma recuperação errática, e talvez o pior da crise na zona euro tenha ficado para trás. Por essa razão, talvez seja melhor comprar ações e vender títulos".

Os diferentes prognósticos derivam em grande parte da incerteza sobre a viabilidade de uma recuperação auto sustentável sem a ajuda dos governos.

Autores: Michael Mackenzie, David Oakley e Robert Cookson, Financial Times, de Nova York, Londres e Hong Kong

Valor Econômico - 05/07/2010

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