Atentado em Mogadíscio (Foto: Reuters) |
Neste mês de outubro, a Somália teve um dos piores atentados à bomba da história. Em
uma ação, onde dois caminhões-bomba foram explodidos na capital Mogadíscio,
mais de 400 pessoas foram mortas no início de outubro. A poucos dias do final
do mês, mais um ataque deixou mais de 30 mortos e, pelo menos, uns 200 feridos
graves. A contar pelo precaríssimo sistema de socorro e da rede de saúde do
país africano, é certo que muitos destes feridos terão sequelas muito sérias
pelo resto de suas vidas.
A Somália é um país que pode ser assim definido porque ainda
tem fronteiras desenhadas no mapa. No entanto, há uns vinte anos, o lugar é uma
bagunça só. Resultado de falta de governo central, lutas de poder por diversas
divisões de tribos e clãs, além de dezenas de milícias muçulmanas que usam mais
ou menos crueldade em seus métodos de conquista de território.
Por essa falta de governo e de um mínimo de segurança, a
Somália não é um destino turístico e nem de negócios. É terra sem lei.
Resultado de experimentos do “socialismo científico” do início da década de
1970, com o ditador Mohammed Siad Barre dominando o país com o apoio da então
União Soviética. Siad Barre nacionalizou as fazendas, bancos, indústrias e empresas
de todo tipo. Encheu o país de coletivos e de cooperativas. O resultado foi uma
perda da experiência em produzir qualquer coisa em larga escala no país.
A Somália tem agricultura de subsistência e matérias-primas
minerais são exploradas e levadas ao exterior diretamente por empresas
estrangeiras, que pagam vultosas propinas para os clãs locais.
Na década de 1980, a Somália ensaiou uma aproximação com os
Estados Unidos. Foi apenas um balão de ensaio para provocar os antigos aliados
soviéticos. Três anos depois, o território somali já estava novamente
mergulhado no controle comunista, desta vez sob o jugo de tropas etíopes.
É um país onde há muita fome. Não apenas pela seca, mas,
especialmente, pelo bloqueio dos corredores humanitários feitos pelas milícias
comunistas.
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