Cidade do Panamá. A parte nova, que renasceu com investimento estrangeiro maciço e turismo internacional |
O Rio Grande do Sul, nos últimos 30 anos, perdeu muito de seu protagonismo econômico e político junto ao cenário nacional. O estado deixou de ser aquele "celeiro", que fornecia de tudo para as demais unidades federativas, para ser um dos candidatos à quebradeira generalizada, como já acontece com Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e, em menor grau, Minas Gerais. O Rio Grande do Sul está no fundo do poço e não há perspectivas de melhora dentro das atuais formas de gestão da máquina pública gaúcha.
Dentro da máquina pública gaúcha há apenas uma forma dominante que vem há trinta anos minando a capacidade operativa do estado como gestor. O estado, e seu governador, vem apenas pagando a folha de pagamento. E com atraso, neste último governo. E a tendência, caso seja mantida a mesma cartilha gerencial, é a piora a níveis inimagináveis.
Nosso querido Rio Grande do Sul não tem muitas saídas frente à onda de empobrecimento que se avizinha. Somos um estado distante dos principais centros consumidores . Nossos diferenciais competitivos na agricultura e na pecuária há anos foram ultrapassados pelos estados do Centro-Oeste. Mais recentemente, a região do Mapitoba (iniciais de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) tem apresentado índices extraordinários de produtividade no milho, na soja e na carne bovina.
Nossa metalurgia, que já fez a riqueza da Serra Gaúcha e várias cidades da Região Metropolitana, também já não apresenta mais nenhum diferencial. Frente ao que é feito em São Paulo, Rio de Janeiro e, é claro, em países como China, Vietnã ou Malásia.
O Rio Grande do Sul também tem perdido empresas - e consequentemente, empregos - para outros estados. Inclusive empresas que buscam a instalação de novas plantas industrias têm preterido o Rio Grande do Sul. Pobreza chama pobreza. É difícil para empresas decidirem abrir novos negócios em um ambiente onde há o fechamento de operações de diversos tipos.
E a saída, caro leitor de Rivazto, qual seria?
Difícil. Não há muitas dentro do atual ordenamento gerencial posto e que já provou ser fadado ao fracasso.
É preciso mudar muita coisa, desde a diminuição drástica da máquina pública do executivo até grandes obras de infraestrutura. O Rio Grande do Sul, apesar de ter a sua história forjada por marinheiros e seus barcos, não tem um porto de águas profundas. Vivemos na dependência das instáveis areias do Porto de Rio Grande, que precisa ser constantemente dragado. Até hoje, é difícil de explicar a um estrangeiro o motivo de não termos um porto de águas profundas entre Torres e Chuí. A única entrada fica em Rio Grande. Qual o motivo de não termos um porto em Torres, em Tramandaí ou em Imbé? Não seria mais lógico, termos um porto oceânico mais perto da Região
Metropolitana e da Serra, em vez de levarmos as cargas até o sul de caminhão para depois seguirem para o norte de navio?
Não temos um aeroporto de cargas. Nossas ferrovias são um arremedo e nossas rodovias - com a honrosa exceção da Free-Way - são o retrato de nosso atraso.
O Rio Grande do Sul, para se viabilizar e não condenar à miséria gerações de gaúchos, precisa que seus governantes abram a economia. Abrir, de verdade. Desregulamentando, modernizando, revogando quase toda legislação ambiental que há no Rio Grande do Sul e sua sanha fiscalizatória. Tartarugas, tamanduás e pedaços de potes de barros indígenas têm condenado os gaúchos a ficarem sem emprego.
Precisamos fazer como o Paraguai, o Panamá e a Colômbia. Precisamos aceitar ajuda e investimento externo. Dinheiro no mundo há. Mas há também muito medo com a possibilidade de algum fiscal barrar todo um investimento projetado para um grande empreendimento.
Aliás, Paraguai, Colômbia e Panamá eram países onde um gaúcho jamais pensaria em passar férias há trinta anos. Torcia o nariz.
Hoje, incrivelmente, vemos gaúchos passarem as férias em alguma praia ma-ra-vi-lho-sa do litoral colombiano. Lá é tudo lindo, barato e - incrivelmente - seguro. O Paraguai faz crescer seu PIB a passos chineses desde que a população varreu a experiência esquerdista de Papá Lugo. E o Panamá é lindo. O investimento estrangeiro está transformando o pequeno país da América Central de cinco milhões de habitantes. O Panamá já está sendo chamada de Dubai das Américas.
O que os três países fizeram? Decidiram se abrir para o mundo e parar com seus angus regulatórios.
Deu certo.
Precisamos fazer isso aqui no Rio Grande do Sul.
Ou sejamos anexados por Santa Catarina.
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