Artigo de Moisés Barboza sobre segurança pública e Estatuto do Desarmamento
Sim, entrei pra estatística. Fui levado, colocado no porta-malas, amarrado e encapuzado mas o assunto não se resume a isso.
Final
de semana passado, as margens da RS-122 em São Sebastião do Caí, uma
quadrilha muito bem armada explodiu o restaurante do posto de
combustíveis mais bonito da região.
O Posto Retrô, da Rede Sim, teve a área de alimentação mandada “pelos
ares”. Justo aquela lanchonete que era a mais interessante de toda a
rodovia, com sua decoração baseada nos postos de combustível da década
de 50.
Os
bandidos chegaram na madrugada, renderam o vigilante, apavorado com o
tamanho e robustez do arsenal exibido pela quadrilha, e explodiram a
lancheria, para roubar o dinheiro
do caixa eletrônico. Houve um exagero na quantidade de explosivos, com
certeza. A lancheria toda foi destruída.
Nesta
segunda-feira, o Brasil já ultrapassou a triste marca dos 28 mil mortes
violentas (excetuando-se crimes de trânsito) apenas no primeiro
semestre. São quase 155 assassinatos
por dia. O que dá mais ou menos seis mortes violentas por hora. Só no
primeiro semestre o número já é 6,79% maior que o registrado no mesmo
período do ano passado.
Felizmente,
o caso do posto Retrô não registrou nenhum dano pessoal. Mas poderia
ter sido uma tragédia, em face dos bandidos em fazer explodir uma
lancheria de um posto
de gasolina.
Cabe
aqui voltar a falar do meu caso pessoal. Felizmente os criminosos não
avançaram na idéia de irem até a minha casa, onde a minha família
“parecia” segura, enquanto estava
ali amarrado e encapuzado, tive que ouvir o inesquecível diálogo:
“- Vamos lá na tua casa...”
“- Na casa é ruim, não sabemos o que vamos encontrar...”
“- Não viaja, quem tá armado é nóis e a polícia... ninguém mais tá armado!”
Tanto
a audácia da quadrilha que atacou o posto, quanto daquela que me levou,
é baseada na falência total do Estatuto do Desarmamento. Os bandidos
partem do princípio que
ninguém estará armado para lhes impor resistência ou contrabalançar o
seu poder de fogo.
Essa
falta de reação institucionalizada aumenta o número de mortes no
Brasil. O bandido ataca pela certeza da impunidade e pela sensação
crescente que o cidadão de bem não
está mais armado para defender a sí e/ou a outrem.
O Brasil através do plebiscito (63,94%) disse NÃO ao Estatuto do Desarmamento. O Rio Grande do Sul disse NÃO (86,83%).
A
sociedade precisa voltar a ter o direito de fazer a sua própria defesa.
O Brasil precisa revogar o falido Estatuto do Desarmamento.
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