Assis Medeiros Lá por 1981, 1982, ganhei do meu pai um binóculo. Era um sonho. E o pai, com sacrifício, me deu o presente. Era um binóculo feito na China. Certamente, uma cópia de alguma marca de binóculo. Mas, para o fim a que se prestava, dar algum zoom para os olhos do guri dos oito, nove anos, o instrumento funcionou. Provavelmente, aquele binóculo significava os primeiros estágios da indústria chinesa que buscava o mercado mundial com seus produtos. Trinta anos depois, vemos os tecidos, roupas, brinquedos, produtos eletrônicos dos mais sofisticados e até batata frita feitos na China e vendidos aqui no Brasil. Só para pegar o recorte dos automóveis; hoje, os carros feitos na China por marcas chinesas já representam 9,1% dos automóveis importados que rodam no Brasil. Há menos de dois anos, esse percentual estava em 2,4%. Se continuar nesse ritmo, os importados chineses que rodam no nosso país devem chegar a 30% do volume de carros importados até o final do ano que vem. Não se di...