Entrei na onda e resolvi escrever.
Alguma coisa de lembranças boas de Santo Antônio da
Patrulha. Coisas que talvez possam me credenciar como “cria de Santo Antônio”,
para poder postar no facebook. Pois bem, resolvi fazer um apanhado de coisas
interessantes que marcaram a minha infância, adolescência e me minha formação
como adulto.
Primeiro, o fato de ter sido batizado na Igreja da Nossa
Senhora da Boa Viagem pelo Padre José. Lá em 1973. Isso garante uma boa dose de
ser cria de Santo Antônio. Ter andado de bicicleta pela rua Sezefredo Costa
Torres com o Vitor Hugo, o João Batista e o Ricardo (todos Marques) também me
dá uma dose boa de patrulhensismo.
A mãe, claro. Nascida no Morro Grande e criada no Monjolo, e
tendo boa parte da infância andando a cavalo pela vila do Monjolo também ajudou
bastante na credencial. Mas, as lembranças da infância também viajam no tempo
nas belas tardes passadas na casa da “tia” Marieta em frente ao Gregória de
Mendonça. Descer a Borges de Medeiros de carrinho de rolamento, a descida da
Paulo Maciel de Moraes recém-asfaltada, até hoje se enquadram na categoria
esporte radical praticado por mim.
Fiquei impressionado quando instalaram uma sinaleira na
frente do Santa Terezinha. Ficava domingos sentado na esquina vendo o
equipamento piscar as luzes sem que nenhum carro passasse. Quando passava um,
invariavelmente ignorava o sinal.
Fotografei o Xerox telefonando. A Timada. O seu Edmir
Barboza. Comprei uns cigarros para o Gasparzinho. Estudei na Barão do Cahy.
Adorava os biscoitos da Padaria Santo Antônio. Fui
catequisado pela Odete, também na Nossa Senhora da Boa Viagem. Atravessava a
pinguela da rua do Sapo para ir à igreja. E a dona Bejilda vendia laranjas
azedas para a mãe fazer doce.
Andei no caminhão amarelo do Lula, da Rápido Trevo, de
carona com meu tio Hirto.
Muito varri o estacionamento do Nacional, além de
descarregar fardos das carretas e selecionar cebola. Um grande aprendizado.
Acampei na João Fernandes, na nascente, na Festa do Feijão e
na nascente do Rio dos Sinos. Também desci o Rio dos Sinos de caiaque até o
Monjolo. Cheguei todo lanhado de maricá.
Por muitos verões fui até os Caetanos dar uma refrescada.
TGS, Cogumelos, Sagitarius, Acquaverde, Coringa, Murilo,
André (tinha mais um...). Dancei muito ao som relacionado a estes nomes.
Fui a vários shows da Loma, do Cacau, do André Selistre, do
Beto Randazzo, Odilon Ramos.
Vi Batman, Bettlejuice os Fantasmas se Divertem e outros no
cinema da Borges.
Peguei vários Paroquiais da Cidade Alta nos domingos à
noite.
Fui funcionário concursado da prefeitura. Fiz um curso de datilografia
em uma escolinha na que funcionava na sobreloja da Colombo. A técnica da
datilografia foi aprimorada pela disciplina imposta pela professora Ronilda
Betetti. Fica aqui minha gratidão. Até hoje digito sem olhar para o teclado.
Ensaiei teatro amador (muito mais amador do que teatro) no
Ginásio do Gregória e no Episcopal.
Colei cartazes do Lula ao longo da Paulo Maciel de Morais em
1989. Mil novescentos e oitenta e nove. Tive alguns problemas em função
daquilo.
Andei de carona no TL do Beto do Quido, no Chevette do
Éverson, no Doginho do Borba (geralmente muito lotado), no Dart do Darlon, no
jipe do Ivan e no Lada Samara do Ademir Provenzi. Para citar os mais icônicos.
Também estive na cabine do caminhão da eletrificação rural
da prefeitura. Uma vez, carregado de postes, eu dentro com uma máquina
fotográfica pendurada no pescoço, tal caminhão desceu a lomba do Cartucho sem
freio. Foi uma experiência e tanto. Saíram todos ilesos.
Comprei muitos elepês no Zeka.
Meu título de eleitor tem a seção no Santa Terezinha. Nunca
mudei de domicílio eleitoral desde que fiz o título em 1988.
As lembranças são muitas.
Sou rapadureiro.
Comentários
Postar um comentário