felipe peroni, brasil econômico
Para a socióloga espanhola Blanca Muñoz Lopez, erros do PSOE levaram à derrota nas urnas; PP tem melhores quadros técnicos.
A vitória do Partido Popular (PP) nas urnas da Espanha neste domingo (20/11) refletiu, em grande parte, a má gestão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Essa é a visão da socióloga espanhola Blanca Muñoz Lopez. Para ela, diante da crise, o país se encontra melhor preparado sob a gestão do PP.
Os conservadores obtiveram a maioria absoluta com 186 cadeiras no Parlamento, frente a 110 do PSOE e 54 com outros partidos.
Dentre as propostas do PP para a crise, o partido pretende eliminar a burocracia para a criação de empresas e flexibilizar as contratações. Um dos projetos prevê viabilizar a criação de empresas em 24 horas.
Em seu discurso, o ex-primeiro ministro José Luis Rodríguez Zapatero culpou a crise pelo resultado das urnas. Blanca Muñoz alega que a ascensão do PP se deve aos erros do próprio PSOE.
Crítica dos dois partidos, ela vê com pessimismo o atual momento político do país. De qualquer forma, o partido de direita tem melhores quadros técnicos para enfrentar a crise.
Durante a campanha eleitoral, o partido do governo tentou cooptar os votos dos movimento dos indignados, com o slogan "Lute pelo que quer - vote PSOE".
Na visão da socióloga, o uso político do movimento desagradou os eleitores.
Nas eleições de 2008, os socialistas haviam aumentado o número de assentos no Parlamento. O que fez com que o PP ressurgisse com essa força nas urnas?
No ano de 2008 o Partido Socialista ganhou as eleições graças, sobretudo, ao voto dos nacionalismos regionais e, em concreto, dos catalães.
O que aconteceu atualmente com a ascensão do PP se refere ao mau governo e à prepotência do PSOE. Neste momento, a sociedade está farta de PSOE.
O PP é visto por muitos como um partido mais técnico, sobretudo na condução da economia. É verdadeira essa distinção? Faz diferença um governo mais técnico durante a crise?
Em relação a isso, digo-lhe que o PP teve governos e ministros mais técnicos e capacitados do que o PSOE.
Nesse sentido, deu-se o paradoxo de que o PSOE teve ministros que não possuem nenhum curso universitário, ou não conheciam a matéria de que eram ministros.
Para sair da crise, o PP é mais confiável em todos os sentidos.
Estamos vendo muitos governos na Europa pressionados a adotar cortes no gasto público e medidas de austeridade. O estado de bem-estar social está com seus dias contados?
Não se esqueça de que após a queda do Muro de Berlim o Estado de Bem-Estar é visto pelo 'neocapitalismo' financeiro e global como seu grande inimigo no processo de aderir apoio dos países.
Por isso, a Europa é vista como uma "má influência" para o resto dos continentes, já que se houver uma derrubada do estado de bem-estar ou dos Estados Nacionais o mercado assumiria as rédeas.
A senhora acredita que esteja ocorrendo uma perda de soberania na Europa?
Essa pergunta nos remete à questão anterior. Os mercados financeiros atacam sobretudo a tradição europeia porque é sua grande inimiga intelectual e social.
Não esqueçamos a importância que tem Marx para nos defendermos desse ataque radical que vivemos.
O desemprego recentemente atingiu quase 5 milhões de pessoas no país. Quais os desafios da Espanha atual?
Os desafios que enfrenta a Espanha são o enorme desemprego criado pelo PSOE, os nacionalismos vasco e catalão, a entrada de máfias e, sobretudo, da droga, a corrupção política e a educação.
A maioria da população aprova as demandas do grupo dos indignados, e no entanto, apoia o PP nas urnas. Qual a coerência entre esses fenômenos políticos?
Sobre os indignados, trata-se de um movimento que no início estava bem, mas agora foi utilizado politicamente pelos sindicatos e o PSOE para tentar evitar uma vitória do PP por maioria absoluta.
Por isso essa contradição, já que as pessoas simpatizam, mas há duvidas de seu uso político.
Para a socióloga espanhola Blanca Muñoz Lopez, erros do PSOE levaram à derrota nas urnas; PP tem melhores quadros técnicos.
A vitória do Partido Popular (PP) nas urnas da Espanha neste domingo (20/11) refletiu, em grande parte, a má gestão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Essa é a visão da socióloga espanhola Blanca Muñoz Lopez. Para ela, diante da crise, o país se encontra melhor preparado sob a gestão do PP.
Os conservadores obtiveram a maioria absoluta com 186 cadeiras no Parlamento, frente a 110 do PSOE e 54 com outros partidos.
Dentre as propostas do PP para a crise, o partido pretende eliminar a burocracia para a criação de empresas e flexibilizar as contratações. Um dos projetos prevê viabilizar a criação de empresas em 24 horas.
Em seu discurso, o ex-primeiro ministro José Luis Rodríguez Zapatero culpou a crise pelo resultado das urnas. Blanca Muñoz alega que a ascensão do PP se deve aos erros do próprio PSOE.
Crítica dos dois partidos, ela vê com pessimismo o atual momento político do país. De qualquer forma, o partido de direita tem melhores quadros técnicos para enfrentar a crise.
Durante a campanha eleitoral, o partido do governo tentou cooptar os votos dos movimento dos indignados, com o slogan "Lute pelo que quer - vote PSOE".
Na visão da socióloga, o uso político do movimento desagradou os eleitores.
Nas eleições de 2008, os socialistas haviam aumentado o número de assentos no Parlamento. O que fez com que o PP ressurgisse com essa força nas urnas?
No ano de 2008 o Partido Socialista ganhou as eleições graças, sobretudo, ao voto dos nacionalismos regionais e, em concreto, dos catalães.
O que aconteceu atualmente com a ascensão do PP se refere ao mau governo e à prepotência do PSOE. Neste momento, a sociedade está farta de PSOE.
O PP é visto por muitos como um partido mais técnico, sobretudo na condução da economia. É verdadeira essa distinção? Faz diferença um governo mais técnico durante a crise?
Em relação a isso, digo-lhe que o PP teve governos e ministros mais técnicos e capacitados do que o PSOE.
Nesse sentido, deu-se o paradoxo de que o PSOE teve ministros que não possuem nenhum curso universitário, ou não conheciam a matéria de que eram ministros.
Para sair da crise, o PP é mais confiável em todos os sentidos.
Estamos vendo muitos governos na Europa pressionados a adotar cortes no gasto público e medidas de austeridade. O estado de bem-estar social está com seus dias contados?
Não se esqueça de que após a queda do Muro de Berlim o Estado de Bem-Estar é visto pelo 'neocapitalismo' financeiro e global como seu grande inimigo no processo de aderir apoio dos países.
Por isso, a Europa é vista como uma "má influência" para o resto dos continentes, já que se houver uma derrubada do estado de bem-estar ou dos Estados Nacionais o mercado assumiria as rédeas.
A senhora acredita que esteja ocorrendo uma perda de soberania na Europa?
Essa pergunta nos remete à questão anterior. Os mercados financeiros atacam sobretudo a tradição europeia porque é sua grande inimiga intelectual e social.
Não esqueçamos a importância que tem Marx para nos defendermos desse ataque radical que vivemos.
O desemprego recentemente atingiu quase 5 milhões de pessoas no país. Quais os desafios da Espanha atual?
Os desafios que enfrenta a Espanha são o enorme desemprego criado pelo PSOE, os nacionalismos vasco e catalão, a entrada de máfias e, sobretudo, da droga, a corrupção política e a educação.
A maioria da população aprova as demandas do grupo dos indignados, e no entanto, apoia o PP nas urnas. Qual a coerência entre esses fenômenos políticos?
Sobre os indignados, trata-se de um movimento que no início estava bem, mas agora foi utilizado politicamente pelos sindicatos e o PSOE para tentar evitar uma vitória do PP por maioria absoluta.
Por isso essa contradição, já que as pessoas simpatizam, mas há duvidas de seu uso político.
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