Mariana Mainenti, Correio Braziliense
Na visão da Serasa, brasileiro está se sentindo confiante demais para gastar além da capacidade de pagamento. A dica é ter cautela.
A despeito do aumento do emprego e da renda no país, a inadimplência dos consumidores voltou a crescer. O movimento foi puxado pelos cartões de crédito. Segundo a Serasa Experian, de junho para julho, o atraso no pagamento das faturas cresceu 4,4%, respondendo por 1,4 ponto percentual do salto total de 1,5% do calote. A dificuldade dos brasileiros em honrar os compromissos no dinheiro de plástico só aumentou a disposição do Ministério da Justiça e do Banco Central de intervir no setor. Além de empurrarem mais de 50 tarifas para os usuários, as administradoras dos cartões cobram juros de até 600% ao ano.
Na comparação entre julho deste ano como mesmo mês do ano passado, a inadimplência avançou 3,9%. “O brasileiro está mais tranquilo para consumir porque está confiante na economia. Este ano houve um recorde na geração de empregos. E há uma grande oferta de crédito. Mas ele precisa se planejar. Não é porque tem um limite grande de crédito que deve utilizá-lo”, alertou o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida.
Inadimplência
Segundo ele, há ainda um outro dado que preocupa: a inadimplência aumenta o risco das instituições financeiras de emprestarem recursos. Com isso, surge a pressão por elevação dos juros por meio do spread, diferença entre a taxa paga aos investidores e a cobrada dos devedores. “Tudo está caminhando para o encarecimento do crédito, a começar pelo aperto monetário conduzido pelo Banco Central desde abril”, destacou. Ou seja, os problemas só tendem a crescer, pois, com juros mais altos, as dívidas ficam ainda mais caras e o consumidor terá mais dificuldade para pagá-las. Há, porém, dados positivos nos indicadores divulgados pela Serasa, o que alivia o cenário traçado pelos analistas. No acumulado do ano, a inadimplência ainda registra queda de 1,4%. Uma das razões para isso é o avanço maior do crédito em relação ao índice de calotes. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o total de empréstimos e financiamentos foi de 16%. Mas a tendência neste terceiro trimestre do ano, segundo Almeida, é de aumento da inadimplência. E ela continuará sendo puxada pelo cartão de crédito.
“Na hora de comprar, o consumidor opta pelo cartão, pois há a possibilidade de se pagar somente o mínimo da fatura”, explicou o economista da Serasa. “A inadimplência vem crescendo há três meses e deve continuar, pois sabemos que houve recorde de vendas no Dia dos Pais. Além disso, vem aumentando o consumo de produtos de maior valor agregado”, assinalou. Na média, o débito em atraso no cartão é de R$ 384,37 ante os R$ 1.230,23 dos cheques sem fundo e dos R$ 1.324,09 dos empréstimos bancários.
Na visão da Serasa, brasileiro está se sentindo confiante demais para gastar além da capacidade de pagamento. A dica é ter cautela.
A despeito do aumento do emprego e da renda no país, a inadimplência dos consumidores voltou a crescer. O movimento foi puxado pelos cartões de crédito. Segundo a Serasa Experian, de junho para julho, o atraso no pagamento das faturas cresceu 4,4%, respondendo por 1,4 ponto percentual do salto total de 1,5% do calote. A dificuldade dos brasileiros em honrar os compromissos no dinheiro de plástico só aumentou a disposição do Ministério da Justiça e do Banco Central de intervir no setor. Além de empurrarem mais de 50 tarifas para os usuários, as administradoras dos cartões cobram juros de até 600% ao ano.
Na comparação entre julho deste ano como mesmo mês do ano passado, a inadimplência avançou 3,9%. “O brasileiro está mais tranquilo para consumir porque está confiante na economia. Este ano houve um recorde na geração de empregos. E há uma grande oferta de crédito. Mas ele precisa se planejar. Não é porque tem um limite grande de crédito que deve utilizá-lo”, alertou o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida.
Inadimplência
Segundo ele, há ainda um outro dado que preocupa: a inadimplência aumenta o risco das instituições financeiras de emprestarem recursos. Com isso, surge a pressão por elevação dos juros por meio do spread, diferença entre a taxa paga aos investidores e a cobrada dos devedores. “Tudo está caminhando para o encarecimento do crédito, a começar pelo aperto monetário conduzido pelo Banco Central desde abril”, destacou. Ou seja, os problemas só tendem a crescer, pois, com juros mais altos, as dívidas ficam ainda mais caras e o consumidor terá mais dificuldade para pagá-las. Há, porém, dados positivos nos indicadores divulgados pela Serasa, o que alivia o cenário traçado pelos analistas. No acumulado do ano, a inadimplência ainda registra queda de 1,4%. Uma das razões para isso é o avanço maior do crédito em relação ao índice de calotes. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o total de empréstimos e financiamentos foi de 16%. Mas a tendência neste terceiro trimestre do ano, segundo Almeida, é de aumento da inadimplência. E ela continuará sendo puxada pelo cartão de crédito.
“Na hora de comprar, o consumidor opta pelo cartão, pois há a possibilidade de se pagar somente o mínimo da fatura”, explicou o economista da Serasa. “A inadimplência vem crescendo há três meses e deve continuar, pois sabemos que houve recorde de vendas no Dia dos Pais. Além disso, vem aumentando o consumo de produtos de maior valor agregado”, assinalou. Na média, o débito em atraso no cartão é de R$ 384,37 ante os R$ 1.230,23 dos cheques sem fundo e dos R$ 1.324,09 dos empréstimos bancários.
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